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Os 350 anos de Bangu

Por Mauro Magalhães –  Ex-deputado e empresário.
Recebi,  de presente,  de meu amigo, Hamilton,  um livro especial que conta a história dos 350 anos do lendário bairro de Bangu.
Escrita por dez autores,  a obra faz uma homenagem ao bairro,  que completou,  em março desse ano,  350 anos.
Considerado como o ponto mais calorento da cidade do Rio de Janeiro,  o bairro de Bangu merece essa linda homenagem.
A obra coletiva conta histórias de 38 personagens conhecidos e desconhecidos,  moradores de Bangu.
Entre os personagens de Bangu que estão no livro “Bangu,  350 anos”, há,  por exemplo,  o escritor José Mauro de Vasconcelos,  autor do livro “Meu pé de Laranja Lima”.
Destacam-se, também,  entre os personagens de Bangu,  a Miss Bangu,  Edda Soares Pinto,  que eu conheci,  no tempo em que incentivei e promovi, como empresário e político,  os desfiles de misses .
Há,  ainda,  Castor de Andrade , da Mocidade Independente de Padre Miguel,  e os craques do futebol,  Domingos da Guia, e Zózimo.
Em minhas memórias,  escolho como um dos personagens mais admirados de Bangu, o empresário Silveirinha, Guilherme Silveira,  filho de Manoel Guilherme Silveira, e irmão de Joaquim Silveira.
Graças ao elegante Silveirinha,  o bairro de Bangu recebeu,  no século XX,  as visitas de personalidades importantes,  na história brasileira.
De acordo com uma das filhas de Guilherme Silveira,  Alice Silveira, visitaram o bairro, quando o empresário Silveirinha era uma espécie de ” embaixador ” da famosa fábrica de tecidos Bangu,  a lindíssima Marta Rocha,  o grande presidente Getúlio Vargas,  meu amigo,  Carlos Lacerda,  o costureiro Givenchy,  o líder comunista Luis Carlos Prestes,  o Xá do Irã,  entre outros.
Eu fui amigo de Silveirinha e do irmão dele, Joaquim Silveira.
Quando fui deputado,  nos anos 60, visitei muitas vezes o bairro de Bangu.
Localizado na Zona Oeste da cidade,  o bairro recebeu a fábrica em 6 de fevereiro de 1889.
A fábrica foi fundada por Manoel Antônio da Costa Pereira,  um comendador,  que deu a ela o nome de Companhia Progresso Industrial do Brasil.
Depois que a fábrica Bangu passou a funcionar,  o bairro se tornou um grande ponto Industrial.
Em 1890, foi construída a Estação Ferroviária de Bangu,  em 1892, o Ramal Ferroviário de Santa Cruz,  em 1908, a Paróquia de São Sebastião e Santa Cecília.
O bairro,  quando foi criado,  foi planejado para atender o funcionamento da Fábrica de Tecidos Bangu.
Havia prosperidade.
A fábrica Bangu financiava as casas para seus empregados.
Em 1904, um grupo de operários ingleses e brasileiros fundou o Bangu Athletic Club,  que se tornou um time tradicional de futebol,  no Rio de Janeiro.
Antes de eu entrar para a política,  ainda nos anos 50, eu me envolvi com os memoráveis desfiles de misses,  que começaram a ser patrocinados,  naquela década,  pela Fábrica de Tecidos Bangu  .
Nascidos no meio do High Society carioca,  Silveirinha e seu irmão,  Joaquim Silveira,  recebiam as personalidades cariocas. E, ajudaram a promover o bairro, com os desfiles de misses que patrocinaram.
A fábrica fechou e ali foi construído um shopping .
Mas,  as memórias de Bangu,  da fábrica de tecidos e dos desfiles de misses são inesquecíveis.
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