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Os aniversários de março

Por Mauro Magalhães  –  Ex-deputado e empresário.
  No dia primeiro de março, o ex-presidente João Goulart- pai de Denize Goulart e João Vicente Goulart e marido de minha amiga, Maria Tereza Goulart- completaria 105 anos .
  Embora eu tenha começado a minha vida política na extinta UDN, de Carlos Lacerda, a partir de 1966, com a criação da Frente Ampla ( entre Juscelino Kubitschek, João Goulart, Carlos Lacerda e seus seguidores), eu me aproximei dos janguistas e juscelinistaa.
   Nascido em São Borja, no Rio Grande do Sul, filho de dona Vicentina Marques Goulart e do estancieiro e coronel da Guarda Nacional, Vicente Rodrigues Goulart, Jango era o mais velho dos nove irmãos e formou-se em Advocacia.
   Em 1945, a convite de Getúlio Vargas, Jango filiou-se ao antigo PTB e, desde então, tornou-se presidente nacional do partido, foi eleito para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para a Câmara Federal, foi nomeado para assumir a Secretaria de Justiça no governo de Ernesto Dorneles, primo de Getúlio e do meu saudoso amigo, Francisco Dorneles.
Jango também foi Ministro do Trabalho do governo Vargas, em 1953, e foi eleito vice-presidente na chapa de Juscelino Kubitschek, em 1955.
Na campanha presidencial de 1960, Jango foi reeleito para vice-presidente, pelo PTB, na disputa presidencial que deu a vitória ao candidato da UDN, Jânio Quadros.
Goulart assumiu a presidência, depois da renúncia de Jânio Quadros, com o apoio de Leonel Brizola, Tancredo Neves e de outros políticos que também se tornaram meus amigos, no período da Frente Ampla.
No dia 4 de março foi o aniversário de Tancredo Neves, mineiro de São João Del Rei, que eu também  conheci nos anos 60, quando fui eleito, pela primeira vez, deputado estadual pelo antigo Estado da Guanabara.
Formado em Direito, pela Universidade Federal de Minas Gerais, Tancredo Neves entrou para a política em 1935, quando elegeu-se vereador pelo antigo Partido Progressista. No Estado Novo, em 1937, ele foi preso e teve extinto o seu mandato de vereador. Atuou como promotor público, nessa fase.
Em 1946, Tancredo Neves filiou-se ao extinto PSD de Getúlio Vargas.
Foi eleito deputado estadual pelo PSD, Partido Social Democrático, e foi designado um dos relatores da Constituição de Minas Gerais.
Nas eleições de 1950, que trouxeram Getúlio Vargas de volta à presidência da República, Tancredo Neves foi eleito deputado federal pelo Partido Social Democrático de Minas Gerais.
Em 1953, Tancredo foi nomeado Ministro da Justiça de Getúlio.
Depois do suicídio de Vargas, Tancredo foi reeleito deputado federal, e, de 1958 a 1960, assumiu a Secretaria de Finanças do Estado de Minas Gerais.
Com a instauração do Regime Parlamentarista, após a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, Tancredo foi nomeado  como primeiro-ministro do Brasil e ficou no cargo até julho de 1962,
No período do bipartidarismo, durante o regime militar, Tancredo Neves filiou-se ao MDB e reelegeu -se deputado federal, por Minas Gerais, em 1966, 1970 e 1974.
Em 1978, Tancredo foi eleito senador.  E, em 1982, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro e foi eleito para o governo de Minas Gerais.
Com a derrota da emenda Dante de Oliveira, que propunha as eleições diretas para presidente, em 1984, Tancredo Neves foi indicado para ser o candidato da oposição nas eleições indiretas de 15 de janeiro de 1985, pelo Colégio Eleitoral.
O presidente eleito derrotou Paulo Maluf, mas não assumiu a presidência, em 15 de março porque foi internado com dores abdominais , na véspera, no Hospital de Base, em Brasília.
Tancredo morreu em 21 de abril de 1985.
A morte do presidente eleito causou enorme comoção, no país.
Candidato a vice- presidente na chapa de Tancredo Neves, meu amigo José Sarney ( 94 anos) assumiu a presidência, na posse de 15 de março de 1985.
Sarney, assim como outros poucos, que estão vivos, é personagem e testemunha ocular dessas histórias.
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