Três pesquisadoras do Inep do DF, MG e GO são as campeãs do Desafio de Dados da Educação. Com base nos dados públicos, elas desenvolveram o projeto “Estratégia de alocação dos docentes na rede de ensino para melhorar os resultados da meta 15 do PNE”, que venceu a competição após votação popular. Elas concorreram com 766 equipes inscritas e foram selecionadas para a fase final por uma curadoria técnica. O resultado foi revelado nesta terça-feira (26) no Data Meeting Brazil, em Brasília.
As servidoras públicas Camila Souto (estatística), Rachel Rabelo (economista) e Thaysa Souza (estatística) ganharam uma viagem para conhecer um dos principais polos de tecnologia do mundo, nos Estados Unidos. O projeto das especialistas mostra como cada estado/município pode reorganizar a distribuição dos professores de acordo com a demanda. Todos os detalhes sobre esse estudo, além dos outros nove finalistas que concorreram ao Desafio de Dados, foram publicados no site www.desafiodedados.com.br e ficarão disponíveis para utilização imediata e gratuita.
Data Meeting Brazil
Brasília recebeu um evento inédito no país, nesta terça-feira (26), que discutiu o futuro da tecnologia, educação e análise de dados. O encontro foi no Royal Tulip e reuniu especialistas, pesquisadores e estudantes de todo o país. Na pauta, discussões sobre tecnologias, futuro da educação e cultura da análise de dados no mundo.
Segundo Gustavo Guimarães, presidente da Qubo Tecnologia, o Data Meeting Brazil foi uma oportunidade única para descobrir tendências, vivenciar experiências e aprender com quem está mudando a sociedade. “Foi um evento inédito no país e teve uma proposta especialmente elaborada para gerar transformação e inspiração”, afirma Guimarães.
A professora de administração da Universidade de São Paulo (USP) Alessandra Montini defendeu que, atualmente, há muitos dados disponíveis e o desafio é extrair deles valor para instituições e benefícios para a sociedade. “A questão é como fazer para captar essa quantidade de informação. O número de dispositivos aumenta, o carro está conectado, até a TV desligada está conectada. Isso é possível porque há muito processamento. Hoje, nosso smartphone é muito mais poderoso do que o computador que levou homem pra lua. O desafio é como eu vou usar essa informação para tomada de decisão”, ressaltou a docente.
Para o gerente de políticas do movimento Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, o trabalho orientado por dados pode ajudar de diversas formas no setor. A primeira é reconhecendo o que funciona. Entre 2007 e 2017, por exemplo, os percentuais de alunos do 5o ano com aprendizagem satisfatória em língua portuguesa e matemática mais que dobraram, saindo, respectivamente, de 28% para 60,7% e de 23,7% para 48,9%.
Outro exemplo é o acesso à escola. Na década de 1970, o índice estava na casa dos 48%. Atualmente, os jovens em idade obrigatória (4-17 anos) matriculados nos ensinos fundamental e médio chegam a 96,8%. “Um montante de dados, quando bem utilizado, pode virar política pública e impactar a vida dos professores e alunos brasileiros”, sugeriu Gabriel Corrêa.
O evento contou startups de Data Science, feira de negócios e inovação, startup corner, discussões sobre Data Science, Analytics, LGPD, Governança de Dados, AI e Machine Learning, Design de Analytics, Blockchain. Outra novidades foi o espaço Girls in Tech, além de oficinas de programação, palestras sobre Inteligência Artificial aplicada aos games e apresentação da Alteryx.
2º Desafio de Dados
A maratona de dados, organizada pela Qubo Tecnologia, registrou 766 inscrições e se tornou o maior Datathon do mundo. Os dez melhores projetos, segundo as notas das Curadorias Temática e Técnica, foram expostos no site do Desafio para votação popular. O melhor projeto escolhido foi de três pesquisadoras do INEP, que ganharam uma viagem para conhecer um dos maiores pólos de negócios tecnológicos do mundo, nos Estados Unidos.
O tema deste ano é a Educação. A competição, que é totalmente gratuita, funcionou assim: os participantes montaram equipes e analisaram dados abertos da educação pública brasileira. O resultado da maratona foi divulgado no dia 26 de novembro, em Brasília, na conferência Data Meeting Brazil.
Organizado pela Qubo Tecnologia, empresa brasiliense de tecnologia da informação, com apoio institucional do Todos pela Educação, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), a maratona de dados reuniu especialistas em tecnologia, analistas, estudantes e pessoas interessadas em dados de todo o Brasil.