Político, militante, médico e atleta
Rio de janeiro

Político, militante, médico e atleta

Mauro Magalhães: Tiradentes, JK e Brasília

Mauro Magalhães *
* Ex-deputado e empresário.

Para lembrar dos 60 anos da primeira bancada estadual, na Assembleia Legislativa, no antigo Estado da Guanabara, gostaria de destacar a atuação de Jamil Haddad ( 1926-2009), amigo constante , apesar das divergências partidárias, que morreu há mais de uma década.
Filiado ao PSB, desde o início de sua militância política, ainda nos tempos de estudante, Jamil Haddad publicou, em vida, Um socialista no Parlamento ( 1990) e A presença do povo no Parlamento.
Sempre presente nos almoços de confraternização organizado por ex-deputados estaduais, em casas de amigos ou em um restaurante na Gamboa, que, nfelizmente , parou de funcionar na pandemia, Jamil Haddad foi um político afetivo.
Todo o mês de abril, quando fazia aniversário, comemorava com os amigos.
Foi um dos pioneiros quanto à inserção dos medicamentos genéricos no mercado nacional, quando ocupou o cargo de ministro da Saúde, no governo de Itamar Franco ( O, então, vice-presidente da República, na época, Itamar Franco, assumiu logo após o impeachment de Fernando Collor) , a partir de 1992. Ele assumiu o Ministério da Saúde em substituição a Adib Jatene e tirou licença do mandato de deputado federal.
Carioca , estudante do Colégio Batista e formado em Medicina pela UFRJ ( naquele tempo, Universidade do Brasil), formou-se em 1949, e, antes, atuou, ativamente, na União Nacional dos Estudantes ( UNE).
Além de militante da política e de médico, Jamil Haddad foi atleta de basquetebol, nos anos 40 e 50.
No basquete, foi campeão carioca pelo Tijuca Tênis Clube e pelo Flamengo.
Especializou-se em traumato-ortopedia e trabalhou no antigo IAPETEC, de 1950, até 1962, quando tomou posse, pela primeira vez, deputado estadual.
Na Assembleia Legislativa, foi vice-lider da oposição na Assembleia Legislativa.
Filiou-se ao MDB, em 1966 ( e , nessa época, nossa aproximação foi maior ) . Elegeu-se, novamente, deputado estadual e presidiu, nessa fase, a CPI que investigou a morte estudante Edson Luís, na invasão policial ao restaurante estudantil do Calabouço.
Eu e Jamil Haddad fomos cassados pelo AI-5 em 1969.
Ele voltou à Medicina e a clinicar no esporte médico. E, foi readmitido ao serviço público após a anistia.
Em 1981, saiu candidato a suplente do senador Saturnino Braga pelo PDT de Leonel Brizola. Escolhido para ser o prefeito, discordou de Brizola quando o ex-governador firmou a coalizão com o PMDB chaguista.
Voltou para o PSB e assumiu a vaga no senado, quando Saturnino Braga foi eleito prefeito, em 1986.
Eleito deputado federal, em 1990, votou a favor do impeachment de Fernando Collor.
Saudades de Jamil Haddad.