Escola Nota 10, criado pela MRV, abre espaço para que trabalhadores voltem a estudar. No estado, em duas cidades, mais de 20 pessoas frequentam as aulas
O número de analfabetos no Brasil cresceu quase 30% nos últimos quatro anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem 14.194.397 pessoas que não sabem ler, escrever ou realizar as operações básicas de matemática. Em 2018, eram cerca de 11 milhões. Ainda segundo o instituto, Goiás tem 5,1% de pessoas nessa situação.
Essa realidade pode ser mudada por meio de projetos sociais que têm o objetivo de levar educação para quem precisa. É o caso do projeto Escola Nota 10, criado pela MRV, empresa do grupo MRV&CO e maior construtora da América Latina, com a missão de elevar o nível escolar dos trabalhadores dos canteiros de obras.
O programa está presente diversas cidades brasileiras e em Goiás, tendo como parceiro o instituto educacional Alicerce, tem duas escolas ativas, nas cidades de Goiânia e Anápolis, e acolhe mais de 20 colaboradores das obras da companhia, com cursos gratuitos de para alfabetização, desenvolvimento na grade curricular do Ensino Fundamental e Médio, de acordo com o nível de cada turma.
O gestor de obras da MRV em Goiás, Felipe Ribeiro Motta, explica que o projeto serve como um preparatório para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), e que ao final dos seis meses, média em que cada colaborador participa do programa, eles recebem um certificado de participação no curso extracurricular assinado pela MRV e pelo instituto educacional parceiro.
Os colaboradores que tiverem interesse de, ao fim do curso, realizar a prova do Encceja, podem receber o certificado de conclusão do Ensino Fundamental ou Médio.
Marcos Augusto Borges, de 25 anos, trabalha na Central de montagens kits de construção da empresa, em Aparecida de Goiânia, e é um dos colaboradores que vem sendo ajudado pelo projeto.
Ele, que trabalha há 1 ano e cinco meses na MRV como encanador, conta que se inscreveu nas aulas com o objetivo de avançar mais em sua escolaridade.
“Parei meus estudos na 6ª série do Ensino Fundamental, há oito anos. Vi no projeto uma oportunidade para terminar meus estudos e abrir portas no futuro”, diz Marcos, que voltou a estudar há 1 mês.
Atualmente, o encanador está inscrito nos cursos de matemática, leitura e escrita e diz que já consegue ver a diferença. “Já vejo um progresso, principalmente na escrita e redação”, relata.
Segundo Felipe Ribeiro Motta, qualquer colaborador da empresa pode se inscrever no projeto de forma gratuita. “As inscrições são feitas em todos os canteiros de obras. As aulas são realizadas nas terças, quartas e quintas”.
Para Felipe, o projeto vem sendo muito importante para o desenvolvimento educacional dos colaboradores. “O Escola Nota 10 é fundamental para o crescimento pessoal e profissional de cada funcionário, dando a eles oportunidade de crescimento em todos os aspectos”.
Brasil
Somente em 2022, o projeto Escola Nota 10 iniciou 34 escolas em todo o país. Ao longo de mais de uma década, mais de 4.800 alunos já foram alfabetizados. A meta para os próximos anos é zerar o número de analfabetos nas obras da companhia