Quando a fé anda junto com a equipe médica
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Quando a fé anda junto com a equipe médica

Quando a fé anda junto com a equipe médica

Com quadro de politraumatismo, hemorragia e intubação, uma garotinha de nove anos deixa hospital sem sequelas após nove dias

Aquele 13 de julho ficará marcado para sempre na vida da família da garotinha Ana Catriny Rodrigues Pereira, de nove anos, e de toda equipe do Hospital Santa Maria, de Goiânia. A menina, que mora em Rio Verde, passava férias escolares no rancho de familiares em São Simão, a pouco mais de 350 quilômetros da Capital, na região Sul do Estado. Estava acompanhada da avó e da bisavó na tarde em que ocorreu o trágico acidente.

Ana Catriny brincava, como qualquer outra criança logo após o almoço, quando foi convidada pelas avós para entrar em uma das lanchas ancoradas nas margens do lago. Já dentro do barco, a menina tentou demonstrar à avó que conseguia ligar o veículo, mas acidentalmente foi puxada pelo guincho da canoa, sofrendo um terrível acidente com diversas escoriações no rosto e cabeça, além de sérias lesões nos braços e tórax.

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A bisavó e os primos de Ana Catriny conseguiram desmontar o motor do barco, com a ajuda de um caseiro do local, e salvar a criança a tempo de levá-la para o hospital mais próximo. “Minha prima conseguiu avisar o Samu sobre a gravidade do acidente e pediu para encontrá-los no meio do caminho, entre São Simão e Santa Helena, com intuito de levar Ana para Rio Verde, pois como a cidade é pequena, tínhamos medo de não ter estrutura para o caso dela”, conta a mãe Nayara Rodrigues dos Santos, que no momento do acidente estava em Goiânia a trabalho.

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Quando nada é maior que a fé

No meio do trajeto de socorro, a família passou por mais um imprevisto: o motor do carro em que transportava a criança travou e veio a fundir no meio do caminho. Mas sempre em oração e acreditando na proteção divina, os familiares conseguiram encontrar o suporte do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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Enquanto isso, os pais seguiam sem informações precisas sobre o estado em que se encontrava ou onde realmente estava a filha. O pai, Rafael estava aguardando notícias em Rio Verde, enquanto a mãe Nayara saía de Goiânia rumo à Santa Helena.

Gravidade

Ao fazer o atendimento à menina, a equipe do Samu constatou que o caso era de estado gravíssimo e decidiu que Ana Catriny fosse levada de volta para São Simão para passar pelos primeiros cuidados médicos. Uma decisão de correr contra o tempo.

Equipe médica salva garota

Agilidade e pronto atendimento fizeram a diferença no quadro da criança – que percorreu horas entre o acidente, primeiros atendimentos e além de mais de três horas de viagem de UTI móvel terrestre entre São Simão e a equipe de cirurgiões que a esperava em Goiânia, no Hospital Santa Maria, para onde a garotinha foi encaminhada na madrugada do dia 14 de julho. A paciente chegou no hospital politraumatizada, com hemorragia e intubada.

Já no atendimento de urgência e emergência do Hospital Santa Maria, os médicos avaliaram um quadro de politraumatismo grave, em que ela corria risco de perder o braço direito e os movimentos das pernas, devido a uma lesão em uma das vértebras da coluna.

Imediatamente a criança foi submetida a cirurgias no ombro direito e reimplante de falange do dedo anelar da mão esquerda. Posteriormente, a paciente ainda precisou passar por uma drenagem de tórax. Todo trabalho contou com uma equipe que envolveu os cirurgiões Pauliran Moreira Braga, ortopedista e traumotologista, Mário Henrique Miguel, ortopedista e traumotologista, Manoel Carlos Batista, cirurgia geral e aparelho digestivo, e Gabriel Goulart Menezes Jonas, sob direção e orientação dos médicos Károly Gyula Olivas Hunkár e William Müller Salomão. Todo o tempo, Ana Catriny seguiu acompanhada por uma equipe clínica formada por pediatria, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), infecto, neuro clínico, neuro cirurgia, cirurgia geral, ortopedia, buco maxilo, cirurgia torácica e cirurgia plástica.

Após nove dias de internação, dos quais cinco foram na UTI, e acompanhamento multiprofissional – fisioterapia, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia e psicologia –, Ana Catriny recebeu alta hospitalar na manhã do dia 22 de julho sem sequelas. “Ela nasceu de novo”, diz o pai Rafael.

Família unidade

A mãe e o pai contam que foram nove dias intermináveis, de desespero. Nayara ainda está em Goiânia com a filha, e as avós materna e paterna, aguardando o retorno ao Hospital Santa Maria para novas consultas de acompanhamento do quadro. “Eu tenho que agradecer primeiro a Deus e depois à equipe médica e multidisciplinar, porque cuidaram do caso da minha filha com muito amor. Enquanto ela estava na UTI, cada um dos profissionais estava o tempo inteiro focado na Ana”, completa.

Sorridente e boa de conversa, a menininha Ana Catriny quer mesmo é esquecer o pesadelo que vivenciou e guardar a experiência como um momento em que pôde fazer novos amigos, mesmo que no hospital. “Aqui tive cuidado, carinho e ganhei presentes. O tio Leonaldo me apresentou a música ‘O Segredo é Orar, de Léo Gonçalves’, que se encaixou perfeitamente à minha história. E a tia Ana Cláudia esteve sempre ao meu lado ouvindo o que eu mais queria”, conta a garotinha que ainda deu uma “palinha” do refrão da música que ganhou de presente enquanto ia embora do hospital: “O segredo é orar, e confiar. Essa situação, Deus mudará. O segredo é orar, e esperar. Essa tempestade, Deus vai acalmar. O segredo é resistir, não desistir. Pois todos os seus sonhos, Deus irá cumprir.”