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Setor produtivo reunido no 4º Fórum Brasileiro e 1º Fórum Internacional de Agricultura Sustentável, que ocorre em Brasília

Debates, que focam desafios e soluções para a transição da agricultura regenerativa para a larga escala, entram em pauta no último dia de evento, nesta quarta-feira, 14 de setembro

Cerca de 500 produtores, pesquisadores, consultores e estudantes se reúnem no 4º Fórum Brasileiro e 1º Fórum Internacional de Agricultura Sustentável, que ocorre em Brasília desde o dia 12 de setembro. Os debates, que focam os desafios e as soluções para a transição da agricultura regenerativa para a larga escala, entram nesta quarta-feira, 14 de setembro, no último dia. A promoção dos fóruns é do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS).

De acordo com Maurício Carvalho, vice-presidente do GAAS, um dos objetivos da agricultura sustentável é buscar máxima rentabilidade das lavouras, com uso de recursos locais que sejam biológicos e que contribuam para baixar os custos de produção. “Para isso, precisamos de novos conhecimentos, que os fóruns têm a intenção de fomentar”, afirma.

Um exemplo de recurso local são as fontes de silício, usado como remineralizador, tema abordado pelo palestrante Éder Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados. Ele estuda o tema desde a década de 1990 e destaca que, no Brasil, essas fontes são abundantes e próximas das áreas agrícolas. “Hoje são cerca de 5 milhões de hectares no País que usam esses remineralizadores”, afirma, acrescentando que os manejos desses insumos estão cada vez mais consolidados.

Diretor da consultoria Safras e Cifras, José Ney tratou em sua palestra da importância da gestão financeira e econômica para melhores resultados, orientando o olhar do empresário rural para dentro da porteira. O foco do painel foi a sojicultora. “O produtor tem que ficar atento para o impacto do aumento dos preços dos insumos convencionais e para como a busca por novos insumos pode ser útil, tendo em vista que os custos desses itens representam 65% do gasto total na sojicultora”, afirma.

Produtores atestam como a aplicação de práticas, técnicas e processos regenerativos e sustentáveis impactam os gastos. É o caso de Ricardo Bartolo, cafeicultor de Patrocínio (MG), que há cinco anos produz e usa bioinsumos, a fim de controlar os custos e melhorar a qualidade do café, que não respondia mais aos produtos químicos.

“Nessa virada, percebi que os biológicos substituíam de forma satisfatória os químicos. Anos depois de adotar bioinsumos, consegui os selos de orgânicos brasileiro, americano e europeu. O produto orgânico é muito procurado e traz ao café valor não somente financeiro, mas também humano, como um produto que faz bem às pessoas e ao meio ambiente.”

Outro assunto em pauta foi a produção autônoma de microrganismos, dentro da fazenda. Edson Trentin, produtor rural de Passo Fundo (RS), vê a profissionalização dos agricultores como principal necessidade na busca por autonomia. “Agricultores que produzem microrganismos onfarm têm que ser profissionalizados e usar equipamentos automatizados que façam melhor controle da produção, para que não ocorra contaminação nesses insumos.”

Para esse desafio, a indústria apresenta soluções, como demonstrado na exposição que ocorreu paralelamente aos fóruns. É o caso da Innovar, que fabrica biorreatores para produção de microrganismos para a lavoura, onfarm ou industrialmente.

“Temos como foco trazer autonomia para o produtor que quiser fazer seus insumos biológicos na fazenda, garantindo controle no processo, para fins de sanitização”, afirma o gerente de pós-vendas e parcerias da empresa, Vagner Alexandre de Sousa.

Mais informações:

Pedro Costa – (61) 98252-6627

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