Tapumes da Praça do Buriti viram tela de arte
Cultura

Tapumes da Praça do Buriti viram tela de arte

A Praça do Buriti vai entrar em obras e esse por si só é motivo de comemoração. Os tapumes que cercam o canteiro de serviço, no entanto, transformam a boa em ótima notícia. Até domingo (20.6), eles se transformam numa tela de arte coletiva que grafitadas por 76 artistas do Distrito Federal. A iniciativa é da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), em parceria com a Novacap.

Com as tintas doadas pela Secec, o mutirão mobilizou os 76 artistas do Distrito Federal e Entorno que vão grafitar ao todo, 1223.20 m² de tapumes que envolvem a praça do palácio governamental. Os artistas voluntários cumpre todas as normas recomendadas pelas autoridades de saúde quanto a prevenção da Covid-19, com suporte de higiene, equipamentos de proteção individual e de segurança. Todos em modo de revezamento a fim de garantir o distanciamento social. Cada grafiteiro ganhou uma área de 10 a 20 m² para grafitar com tema livre.

O Secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, visitou os trabalhos dos primeiros grafiteiros, na tarde desta terça-feira (15.6), e destacou que qualquer espaço que esteja à disposição para a arte urbana se manifestar é bem-vindo para ocupações artísticas.

Bartolomeu acredita que a arte urbana é efêmera e isso contribui para que a população descubra que o DF se transformou em um dos grandes centros de arte urbana do país e está despontando no mundo.

“Estou muito grato aos artistas que se colocaram como voluntários para encher de arte um lugar tão importante da cidade. Essa é uma forma da população visualizar a importância da arte urbana para a cultura”, destaca.

ARTE VIVA

Érica Lewis, subsecretária de Economia Criativa acredita que a ocupação desses espaços ajuda a difundir o trabalho de vários artistas do DF e Entorno. Ela conta que os voluntários inscritos vieram por tudo que a cultura hip-hop representa.

“A Secec atua no aprimoramento das políticas públicas efetivas para os artistas urbanos da cidade, principalmente, para que eles consigam o devido reconhecimento pelo trabalho”, enfatiza.

Em julho, a Galeria dos Estados está com data marcada para receber todas as cores e expressões artísticas da arte urbana. Selecionados durante o 4º Encontro de Graffiti 2020, os 100 artistas do Distrito Federal e Entorno fazem a intervenção entre 8 e 11 de julho.

Natural de Taguatinga, Jefferson Martins, o Moka, atua há 14 anos no universo do grafite e revela que sua arte sempre foi baseada na liberdade, e o trabalho flui de acordo com o momento e seu estado de espírito.

“Este tipo de mobilização serve para a sociedade enxergar o grafite como uma manifestação livre, aberta e bonita, não marginalizada”, considera.

Atuante na cena feminina do grafite em Sobradinho, Thaís Nunes, conhecida no meio artístico como Mendy (foto), destacou a alegria em poder grafitar na rua a primeira vez desde que começou a pandemia. Mãe de duas crianças meninas, a artista contou que sempre procurou transmitir a força feminina em suas diversas jornadas, seja como mãe, mulher e profissional.

“Minha arte é sempre incentivar a liberdade de expressão feminina”, arrematou.