Violência em terras indígenas vira escândalo internacional. Bolsonaro põe cocar e pede paz!
Notícias

Violência em terras indígenas vira escândalo internacional. Bolsonaro põe cocar e pede paz!

Por Roberto Marttini

No início da tarde do dia 26, a Aldeia Fazenda Tapajós, na Terra Indígena (TI) Munduruku, no município de Jacareacanga, sudoeste do Pará, foi invadida por garimpeiros armados. Eles incendiaram casas e plantações da aldeia, visando atingir a liderança contrária à mineração ilegal no território, que tem devastado rios, contaminado a água com mercúrio e comprometido a qualidade de vida de seu povo.

A ação criminosa ocorreu como represália a uma operação de combate aos garimpos ilegais na região, realizada por forças federais que cumprem determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Não há notícias de feridos pelos incêndios. Porém, informações indicam que o grupo de garimpeiros ainda busca em outras aldeias por lideranças do movimento que são contrárias à mineração ilegal no território Munduruku, inclusive com uma lista de alvos.

Estado de Roraima registra maior índice de violência contra indígenas  Ianomâmi

O garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami (TIY) avançou 30% em 2020, mostra um relatório divulgado nesta quinta-feira (25/03). Ao final do ano, somavam-se 2.400 hectares de área degradada, dos quais 500 hectares foram registrados entre janeiro e dezembro de 2020, em uma região entre os estados do Amazonas e de Roraima.

O estudo, feito a partir de imagens de satélite, foi conduzido pelas organizações Hutukara e Seedume, com apoio técnico do Instituto Socioambiental (ISA).

Conforme evidenciou a pesquisa, a exploração de ouro nessas áreas é feita por empreendimentos de médio porte, dado o maquinário utilizado e a logística complexa envolvida, com a necessidade de um investimento inicial estimado em R$ 150 mil. É um tipo de mineração que exige menos mão de obra, mas, ainda assim, estariam presentes na TIY mais de 20 mil garimpeiros.

O documento destaca o avanço para áreas cada vez mais próximas das aldeias, o que traz a ameaça de uma escalada de violência e de problemas para a saúde dos indígenas, além do impacto ambiental. Para antropólogos, o cenário de recrudescimento do garimpo se compara ao dos anos 1980 e 1990, antes da demarcação da TIY.”

Roberto Marttini acompanha conflitos no Estado do Maranhão

Desde dezembro do ano passado, povo indígena Guajajara do Maranhão, vem sofrendo perseguição e assassinato de suas lideranças. Foram mais de 150 invasões armadas sem apoio da defesa nacional e dez assassinatos, segundo relato de indígenas. Estive em território Guajajara e pude constatar o terror vivido por esses povos.

O único respaldo dos nativos, seria sua representante Sônia Guajajara, que atua como deputada na Assembleia legislativa. Os Guajajara vivem cercados pelo medo e pelo terror, fato esse, que se estende na maioria dos territórios indígenas do Brasil atualmente.

Foto da capa da matéria

Após as reportagens denúncias do Fantástico na Rede Globo, sobre garimpo e mineração ilegal na Amazônia, Bolsonaro vai até o território Ianomâmi em Roraima e parte do Estado do Amazonas e fala sobre amizade com povos indígenas. Bolsonaro cantou o hino nacional cercado de indígenas e prometeu proteção física aos povos indígenas da região.