Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Nos últimos dias, participei, junto com amigos da torcida tricolor e das torcidas de outros times cariocas, das despedidas ao ex-jogador e ex-técnico de futebol, Mário Jorge Lobo Zagallo, que morreu, aos 92, na véspera do Dia de Reis, 5 de janeiro.
Leonino e alagoano, Zagallo nasceu em 1931, no início do primeiro governo de Getúlio Vargas.
Aos 8 anos, Zagallo veio morar no Rio de Janeiro, com seus pais e irmãos.
Haroldo Cardoso Zagallo , pai do grande técnico da Seleção Brasileira, queria que o filho mais novo estudasse Contabilidade para trabalhar na fábrica de tecidos da família.
O pai de Zagallo estudou em colégios, na Inglaterra, na infância e adolescência.
Nesses colégios ingleses, Haroldo Zagallo aprendeu a jogar futebol.
Quando voltou ao Brasil, ele ajudou a propagar o esporte, no CRB, Clube de Regatas do Brasil , fundado em 1912.
Haroldo Zagallo foi jogador profissional do CRB, entre 1916 e 1922.
Zagallo começou a mostrar aptidão para o esporte, desde criança.
Quando vieram para o Rio de Janeiro, Zagallo, seus pais e irmãos foram morar na rua Professor Gabizo, na Tijuca.
Sócio do América, seu clube de coração, naquela época, o querido treinador iniciou, então, sua carreira, nas divisões amadoras.
Em 1950, Zagallo foi jogar no time Júnior do Flamengo e, em 1951, foi no clube rubro-negro que assinou seu primeiro contrato profissional . Conquistou o tricampeonato carioca ( 1953, 1954 e 1955) e, depois da conquista da Copa do Mundo FIFA de 1958, com a Seleção Brasileira, o ponta-esquerda assinou com o Botafogo.
Pelo Botafogo, foi, entre outras coisas, bicampeão carioca ( 1961 e 1962) , até ser convocado para jogar na Seleção Brasileira de 1962.
Zagalllo tornou-se treinador, no clube Botafogo, em 1966. E, depois, treinou, também, os times do Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Al-Hilal, Bangu e Portuguesa.
Zagalllo foi três vezes técnico da Seleção Brasileira e, ainda, técnico das Seleções do Kuwait, dos Emirados Árabes Unidos e da Seleção Saudita.
O último trabalho de Zagallo, no futebol, foi como coordenador técnico da Seleção Brasileira, em 2006, a convite do técnico Carlos Alberto Parreira.
Devoto de Santo Antônio, Zagallo era, publicamente, apegado ao número 13.
Essa devoção aconteceu por influência de sua esposa, Alcina de Castro, que morreu em 2012, com quem foi casado por 57 anos, desde 1955.
Zagallo e Alcina se conheceram no Rio de Janeiro, quando ele jogava no América.
Alcina era devota de Santo Antônio ( comemorado em 13 de junho) . Professora, mãe dos quatro filhos do casal- Emília, Maria Cristina , Mário César e Paulo Jorge-, ela foi a responsável por fazer com que o tetracampeão mundial adquirisse a superstição pelo número 13.
Zagallo também adotou o 13, como seu número de sorte, por causa de sua devoção , desde a infância, à Nossa Senhora de Fátima, que apareceu para as três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, em Fátima , Portugal, no dia 13 de maio de 1917.
Discretos, os filhos de Zagallo não apareceram tanto como o pai.
Um dos filhos do eterno treinador, Paulo Zagallo, seguiu os passos do pai. Foi treinador de futebol de várias equipes e, também, da seleção brasileira de futebol masculino sub-18 e sub-20.
Sob aplausos dos seus admiradores, Zagallo foi velado na sede da CBF, na Barra da Tijuca, e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
Tenho certeza de que Zagallo vai se encontrar, no céu, com Pelé, Garrincha e com todos os craques do futebol que chegaram lá, antes dele. Viva Zagallo!