Mais de 70% dos médicos oncologistas relatam que pacientes com câncer interromperam o tratamento durante a pandemia
Saúde

Mais de 70% dos médicos oncologistas relatam que pacientes com câncer interromperam o tratamento durante a pandemia

Especialistas acreditam que a crise sanitária da Covid-19 poderá agravar o cenário da doença no Brasil

A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou o tratamento de pacientes oncológicos. Dados da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) apontam que 74% dos médicos relataram que pelo menos um ou mais pacientes interromperam ou adiaram o tratamento por mais de um mês durante a pandemia.

O levantamento ainda apontou que os procedimentos mais postergados foram as cirurgias e os exames de prosseguimento – situações que podem contribuir para o agravamento da enfermidade. Para o oncologista clínico do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), Caio Neves, o principal efeito foi a redução de diagnósticos precoces, “com a pandemia, muitas pessoas deixaram de ir aos hospitais para fazer exames preventivos, os índices de biópsia caíram cerca de 40% em todo Brasil”. Para Caio, o diagnóstico tardio pode ser um fator complicador no tratamento, “para quem está no estágio inicial, o tratamento é, em sua maioria, curativo”, conta.

Apesar do receio da Covid-19, Maria de Fátima Viana de Sousa, 66 anos, seguiu a recomendação dos especialistas e buscou um médico ao suspeitar que algo não estava normal. Em abril deste ano ela descobriu um tumor e já iniciou o tratamento. “Ainda não tinha tomado a vacina contra Covid-19 e fiquei com medo de me expor ao vírus. Mas, com as medidas de segurança da clínica e o apoio da minha família, consegui superar e dar continuidade ao tratamento”, relata.

A volta da normalidade

Uma boa notícia é que com o avanço da vacinação contra Covid-19 no país, a procura por tratamentos e diagnósticos está voltando ao normal. “Com a vacinação os pacientes estão perdendo o medo de irem até uma clínica ou hospital. O ambiente seguro, protegido e seguindo todas as precauções faz com que os nossos pacientes se sintam à vontade para retornar”, conta o oncologista.

Como os tratamentos contra o câncer geram uma imunossupressão, ou seja, redução da eficiência do sistema imunológico, a vacina é um grande aliado para pacientes oncológicos. Vacinada com as duas doses, Maria de Fátima, comemora:, “hoje não tenho mais medo, sou uma mulher de muita fé. Vou ao hospital fazer o tratamento para me curar e lá me sinto segura”, concluiu.

Sobre o ICB

O Instituto de Câncer de Brasília é uma clínica especializada no tratamento oncológico que foca no atendimento humanizado e completo, que acompanha todas as etapas do tratamento, desde o diagnóstico até a conclusão. O ICB oferece a seus pacientes consultas com equipe multidisciplinar, exames e procedimentos. São cinco clínicas no DF com corpo clínico composto por mais de 20 especialidades que dão todo suporte ao tratamento do câncer, contando inclusive com cirurgiões oncológicos. Também são realizados os principais exames e biópsias voltados para a detecção precoce da doença, além de possuir um centro de infusão para aplicação de quimioterapia e outros medicamentos.