Novo artigo de Mauro Magalhães
Rio de janeiro

Novo artigo de Mauro Magalhães

Descoberta pelos portugueses em 6 de janeiro de 1502 (Dia de Reis), Angra dos Reis comemorou, no início de 2022, 520 anos.

Local onde existem, atualmente as únicas usinas nucleares em funcionamento, no Brasil, a cidade é, hoje, símbolo de turismo de excelência , procurada pelos famosos pela exuberância de sua vegetação, beleza de suas praias, simpatia de seus moradores.

Com 365 ilhas, em seu litoral, Angra dos Reis (que recebeu o nome em homenagem ao Dia de Reis), tem como municípios vizinhos, na Costa Verde, Paraty, Rio Claro, Mangaratiba, no território que pertence ao Rio de Janeiro, e Bananal e São José do Barreiro, no lado paulista.

Antes da chegada dos portugueses, a cidade era habitada por índios tupinambás.

Colonizada em 1556, começou a ser procurada por veranistas, principalmente, nos anos 60.

Antes de eu começar a frequentar, definitivamente, Angra dos Reis, em uma casa comprada por minha família, em 1982, eu já frequentava os outros municípios da Costa Verde, do litoral sul do Estado do Rio de Janeiro até o norte do litoral do estado de São Paulo.

Rodovia que inspirou, em 1969, a famosa canção cantada por Roberto Carlos, As Curvas da Estrada de Santos, a Estrada de Santos sempre foi alvo de buscas de quem queria novos horizontes.

Quando comecei a trabalhar como incorporador (responsável pela identificação de terrenos e por estudos da viabilidade de um projeto de construção), na metade dos anos 70, descobri o distrito de Conceição de Jacareí, na divisa de Angra dos Reis e Mangaratiba (Conceição de Jacareí é distrito de Mangaratiba).

Desde o início da Frente Ampla ( formada por Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart, a partir de 1966), eu, deputado estadual ligado ao lacerdismo, fiquei muito amigo de JK. Por causa da Frente Ampla, fomos todos cassados . Eu, fui cassado em abril de 1969. Lacerda, em 1968. E, Juscelino Kubitschek já havia sofrido perseguições desde o início da deposição de João Goulart.

Nas conversas, regadas a uísque, que eu tinha com Juscelino, no apartamento dele, na Avenida Atlântica, JK me dizia que estava triste, com saudades de Brasília, cidade que havia construído, e com a impossibilidade de criar novos projetos, de outras cidades, caso tivesse sido eleito, novamente, presidente da República, em 1965 ( nas eleições que não aconteceram, por imposição do regime militar).

Para consolar Juscelino e, também, para agradá- lo, sugeri a procura por uma área , no Rio de Janeiro, onde pudéssemos construir uma pequena cidade.

Eu entraria com o capital para compra da área, com a ajuda de amigos incorporadores e construtores, Juscelino ficaria encarregado de dar ideias para a cidade se tornar realidade. Mas, JK morreu em acidente, em 1976, e, como não pude prosseguir com a sociedade, comprei uma grande parte da área de Conceição de Jacareí, assim mesmo, e o Sergio Dourado se encarregou de vender as casas construídas.

Então, todas as vezes que viajo para a Costa Verde, eu sempre lembro do ex-presidente JK. Juscelino faz muita falta.